A proposta de Kengo Kuma para o Museu Nacional de Arqueologia em Atenas, Grécia, visa chamar a atenção para a importância da ciência na arqueologia, o valor das suas coleções e o caráter fundamental do museu no presente e no futuro. À medida que a memória do museu é reconstituída, palavras como enterrar, ocultar e revelar ganham importância. Estas três palavras são momentos cruciais de transição que ajudam a moldar o museu no que ele é hoje e abrir caminho para sua aplicação futura.
Em sua proposta, Kengo Kuma sugere que o museu se torne uma jornada de experiências espaciais e sensoriais que comuniquem suas narrativas em vez de criar um objeto ou massa arquitetônica icônica em um gesto arquitetônico formal. Uma vez que a extensão proposta para o museu é subterrânea, a proposta de projeto é discreta. Além disso, a tipologia é gerada por gestos simples e sutis que o escritório de arquitetura identifica como "desenterramento". A elevação da terra simboliza a revelação de artefatos enterrados e de tesouros, assim como o desbloqueio de memórias congeladas.
A abertura em forma de fenda criada ao elevar a estrutura despertará a curiosidade, atraindo os visitantes para o profundo e espaçoso reino subterrâneo, refletindo a prova de encontrar, submergir e transitar entre artefatos no seu estado natural. Além disso, o trecho elevado foi concebido para abrigar um exuberante jardim verde suspenso em toda a área do museu. O Jardim do Museu é concebido na elevação do piso térreo do edifício existente para garantir uma rampa suave. Enquanto duas ruas laterais se inclinam para baixo em direção à larga avenida, o jardim no plano elevado estende-se horizontalmente ao mesmo nível. A fenda, ou abertura entre a laje do telhado e o nível de acesso da alameda, é naturalmente produzida por esta técnica simples de nivelamento. A altura da cobertura é mantida o mais baixo possível em relação ao nível da rua para permanecer humilde e dimensionada para o corpo humano.
A abertura em forma de fenda é agora a nova entrada do NAM, proporcionando uma singular sensação de aproximação e atraindo pessoas para o início da exposição subterrânea. A viagem espacial através do museu é de natureza sensorial, abraçada pela textura terrestre e tátil do envelope. Além disso, um gradiente de luz é removido do exterior, fazendo a transição para a experiência subterrânea. A fenda segue em todo o perímetro, permitindo uma porção controlada e curada de luz natural dentro do museu, acentuando a qualidade dos artefatos.
Os museus de arqueologia são concebidos para abrigar a herança de uma cultura, dando aos visitantes acesso a histórias não contadas. No mês passado, David Chipperfield foi selecionado o vencedor do concurso para projetar o Museu Nacional de Arqueologia em Atenas. Da mesma forma, Adjaye Associates revelou o estudo preliminar para o Museu Edo de Arte da África Ocidental na Nigéria e Heneghan Peng Architects projetou o Grande Museu Egípcio no Egito, acomodando alguns dos artefatos mais preciosos da humanidade.
